Cerca de 300 pessoas procuraram o serviço municipal de vacinação, nesta quinta-feira, e mais um sagui morreu com suspeita da doença; interdição do Parque é para evitar urbanização da doença
A interdição do Parque do Ingá após a morte de macacos com suspeita de febre amarela acabou levando centenas de pessoas a buscarem imunização contra a doença. Segundo a coordenadora de vacinas da Secretaria Municipal da Saúde de Maringá, Edlene Aceti Goes, mais de 300 pessoas procuraram a sala de vacinas da secretaria de saúde nesta quinta-feira (16), um aumento de 50% em relação a procura antes do alerta.
Já nos postos de saúde, segundo a prefeitura, houve muitos pedidos de informação, mas o número de imunizações não teve alta. Edlene lembra que mais de 95% dos moradores de Maringá estão vacinados. A vacina está disponível em todos os postos de saúde e apenas as pessoas que foram imunizadas há mais de dez anos devem tomar outra dose.
A coordenadora alerta que as pessoas para quem o prazo de validade da vacina não terminou não devem tomar outra dose, pois correm o risco de apresentar reações graves e, até mesmo, de morrer. Quem não se lembra quando foi imunizado deve comparecer ao posto de saúde onde costuma ir, para verificar se há algum registro.Urbanização da doençaO Parque do Ingá permanecerá interditado até que os resultados dos exames com amostras dos animais mortos sejam divulgados pelo Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo - o resultado deve sair em duas semanas. A diretora da Vigilância Ambiental, Rosangela Treichel Saenz Surita, conta que a medida é preventiva e busca reduzir o risco de urbanização da febre amarela, caso se confirme a presença do vírus no local.
Nesta quinta-feira, mais um sagui morreu - já são nove macacos mortos até o momento.
A suspeita de que a morte dos macacos tenha sido causada pela febre amarela se sustenta no fato de que todos apresentavam sinais típicos da doença, como alterações hepáticas e renais, aumento do baço e hemorragia. A probabilidade é de que se trate do tipo silvestre da doença, transmitido somente pelos mosquitos dos gêneros Hemagogus e Sabethes, presentes na reserva.
Rosangela explica que a interdição foi necessária porque se alguém entra no parque, pode contrair o vírus e, mais tarde, contaminar o vetor do tipo urbano da doença, o Aedes aegypti (que também transmite a dengue). “No Brasil, nenhum caso de febre amarela urbana foi registrado desde 1942”, conta Rosangela. O macaco é o hospedeiro do tipo silvestre e o homem, do tipo urbano - o vírus é o mesmo.
Ação corretaOs oito primeiros macacos foram encontrados mortos no dia 1º deste mês. Segundo a assessoria da prefeitura, a suspeita da presença do vírus não atinge o Horto Florestal e ao Bosque 2. Quem caminha em torno do parque pode continuar com o exercício.
O médico veterinário da Unidade de Respostas Rápidas da Secretária da Saúde do Paraná, Lineu Roberto da Silva, explica que a interdição do parque foi correta pois, se a presença do vírus for confirmada, a visitação é proibida até que o vírus desapareça. “Em locais pequenos, como o Parque do Ingá, o vírus dura pouco tempo”, garante.
Fontes: O Diario Maringá
Thiago Ramari
quinta-feira, 16 de abril de 2009
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