Índice de infestação nessas áreas chega a 4,6 casas para cada cem residências; maior parte dos focos do mosquito está nos materiais recicláveis jogados em quintais
Quando o assunto é dengue, a professora Neusângela Ferreira Fonseca adota a prevenção. Em casa, ela eliminou os pratos dos vasos das plantas e o lixo reciclável é embalado para não acumular água. “Ninguém da minha família teve dengue, mas a gente tem medo da doença”, diz ela, que é moradora do Jardim Pinheiros, em Maringá.
Atualmente, o índice de infestação do mosquito Aedes aegypti na vizinhança de Neusângela é 4,6 casas com focos do vetor da dengue para cada cem residências. O mesmo porcentual está nos bairros Champagnat, João Paulino, Branca Vieira, Oásis e Colina Verde. Esses pontos são considerados mais críticos, segundo o levantamento da Secretaria Municipal da Saúde, divulgado ontem. O Ministério da Saúde considera que infestações acima de 3,9% representam risco de surto da doença.
Outros três bairros são considerados de alto risco de contágio de dengue: Léa Leal, Morangueira e Alvorada III; todos com 3,2% de infestação.A média de infestação em Maringá é de 1,6 casa para cada grupo de cem residências. Além dos nove bairros em situação de alto risco, há 38 bairros e dois distritos em situação de alerta — com infestação entre 1% e 2,9%.
Treze bairros, considerados áreas de baixo risco, apresentaram índices de infestação entre 0,2% e 0,9%. Esse porcentual é tido como aceitável pelo Ministério da Saúde.
O maior criadouro do mosquito passou do vaso de planta para o lixo e os resíduos sólidos abandonados em quintais. Garrafas PET, sacos plásticos, copos descartáveis, tampas de garrafas e latinhas tornaram-se os principais focos de dengue no município. Nos seis bairros com o maior índice de infestação do Aedes aegypti, 44% dos focos foram detectados em materiais recicláveis.
Em segundo lugar estão os pneus e os pratos que ficam sob vasos de plantas, responsáveis por 20% da infestação, cada um.
Na região central, onde o índice de infestação do mosquito está em 1,1%, a maior parte dos focos foi detectada nos pratos de vasos de plantas, com 67%. “Os pratinhos armazenam mais focos porque no centro existe grande concentração de prédios e não há quintais”, explica o secretário da Saúde, Antônio Carlos Nardi.
A pesquisa foi realizada na semana passada e mostrou a rotatividade dos bairros com maior número de focos. O mesmo levantamento feito em fevereiro mostrou que o Cemitério e o Parque da Gávea, por exemplo, estavam em estado de alerta, com infestação de 1,4%. Dois meses depois, a infestação caiu para 0,2%.
Já os seis bairros que hoje têm o maior número de criadouros do mosquito — 4,6% —, em fevereiro estavam com índice dentro do aceitável: 0,6%. Segundo Nardi, esse exemplo revela que houve descuido da população. “As pessoas acham que a dengue acabou pelo fato de os postos de saúde não estarem sobrecarregados de pacientes com a doença”, diz. “Não é porque não existem doentes que não há dengue.”
Entre esta quinta-feira (23) e sexta-feira, os 155 agentes ambientais participarão de um curso de aperfeiçoamento. Eles vão aprender como qualificar a visita domiciliar, abordar e conscientizar os moradores
Fontes:O Diário maringá
Carla Guedes
quarta-feira, 22 de abril de 2009
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