sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sobe para 11 os macacos mortos em Maringá; sintomas indicam febre amarela

Foto:Rafael Silva


Mortes se localizam no Parque do Ingá: são dez saguis e um macaco-prego

Subiu para 11 o número de macacos mortos – mais dois saguis - no Parque do Ingá. Um deles foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (17) no parque e o outro foi achado na rua e levado ao hospital veterinário do Cesumar,onde morreu. A necrópsia foi feita no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).
De 1º de abril até ontem, dez saguis e um macaco-prego morreram devido a uma doença infecto-contagiosa aguda com características semelhantes à febre amarela: alterações hepáticas e renais, aumento do baço e hemorragia. “Os sintomas são compatíveis (com os da febre amarela), mas não podemos afirmar nada antes do resultado dos exames”, diz Marilda Fonseca de Oliveira, coordenadora de Zoonoses e Pragas Urbanas da Secretaria Municipal de Saúde. Por medida preventiva, desde quarta-feira (15) o parque está fechado para visitação. De acordo com a médica veterinária, hepatite e a encefalomiocardite, ambas transmitidas por vírus, apresentam sintomas comuns aos da febre amarela, o que pode incluí-las entre as suspeitas de ter provocado a morte dos primatas. O vetor da encefalomiocardite é o rato e, a exemplo da febre amarela, pode ser transmitida para o homem. As carcaças dos seis bichos analisados no CCZ foram recolhidas ontem pela empresa responsável pela coleta dos resíduos de saúde da secretaria e serão incineradas. As outras quatro, que tiveram a necrópsia feita no Parque do Ingá, foram enterradas a 1,5 metro de profundidade depois de cobertas com cal. A possibilidade de o vírus da febre amarela estar circulante no Parque do Ingá, Horto Florestal e Bosque Dois começou a ser considerada no ano passado, após a morte do empresário Almir Cunha, contaminado em Goiás. Em fevereiro, agentes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) recolheram amostras de mosquitos nas três áreas de preservação permanente para confirmar a presença do vírus, já que todas possuem o hospedeiro e o vetor da doença. O material foi encaminhado para o Instituto Evandro Chagas, em Belém, no Pará, mas o resultado ainda não foi divulgado. ExamesA médica epidemiologista Angela Maron de Mello, da Sesa, explica que a demora pode estar relacionada à demanda do instituto. O instituto é referência no país em doenças tropicais provocadas por arborívus, ao qual o gênero dos vírus da dengue e febre amarela pertencem. Apesar de não dispor do resultado das amostras, Angela garante que os bosques da cidade não tinham o vírus circulante no ano passado. Desta vez, a situação é diferente. “Levando em conta os casos da doença em São Paulo, a morte dos macacos no Parque do Ingá é altamente sugestiva para a presença do vírus da febre amarela.”

Fontes: O Diário
Juliana Daibert

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